terça-feira, 28 de abril de 2009

nova ortografia

Mudanças no alfabetoO alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:A B C D E F G H I JK L M N O P Q R ST U V W X Y ZAs letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.TremaNão se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.Como era Como ficaagüentar aguentarargüir arguirbilíngüe bilínguecinqüenta cinquentadelinqüente delinquenteeloqüente eloquenteensangüentado ensanguentadoeqüestre equestrefreqüente frequentelingüeta linguetalingüiça linguiçaqüinqüênio quinquêniosagüi saguiseqüência sequênciaseqüestro sequestrotranqüilo tranquiloAtenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.Mudanças nas regras de acentuação1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).Como era Como ficaalcalóide alcaloidealcatéia alcateiaandróide androideapóia (verbo apoiar) apoiaapóio (verbo apoiar) apoioasteróide asteroidebóia boiacelulóide celuloideclarabóia claraboiacolméia colmeiaCoréia Coreiadebilóide debiloideepopéia epopeiaestóico estoicoestréia estreiaestréio (verbo estrear) estreiogeléia geleiaheróico heroicoidéia ideiajibóia jiboiajóia joiaodisséia odisseiaparanóia paranoiaparanóico paranoicoplatéia plateiatramóia tramoiaAtenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.Como era Como ficabaiúca baiucabocaiúva bocaiuvacauíla cauilafeiúra feiuraAtenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).Como era Como ficaabençôo abençoocrêem (verbo crer) creemdêem (verbo dar) deemdôo (verbo doar) dooenjôo enjoolêem (verbo ler) leemmagôo (verbo magoar) magooperdôo (verbo perdoar) perdoopovôo (verbo povoar) povoovêem (verbo ver) veemvôos vooszôo zoo4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.Como era Como ficaEle pára o carro. Ele para o carro.Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.Comi uma pêra. Comi uma pera.Atenção:- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos:verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.Uso do hífenAlgumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:anti-higiênicoanti-históricoco-herdeiromacro-históriamini-hotelproto-históriasobre-humanosuper-homemultra-humanoExceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:aeroespacialagroindustrialanteontemantiaéreoantieducativoautoaprendizagemautoescolaautoestradaautoinstruçãocoautorcoediçãoextraescolarinfraestruturaplurianualsemiabertosemianalfabetosemiesféricosemiopacoExceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:anteprojetoantipedagógicoautopeçaautoproteçãocoproduçãogeopolíticamicrocomputadorpseudoprofessorsemicírculosemideusseminovoultramodernoAtenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:antirrábicoantirracismoantirreligiosoantirrugasantissocialbiorritmocontrarregracontrassensocossenoinfrassommicrossistemaminissaiamultissecularneorrealismoneossimbolistasemirretaultrarresistenteultrassom5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:anti-ibéricoanti-imperialistaanti-inflacionárioanti-inflamatórioauto-observaçãocontra-almirantecontra-atacarcontra-ataquemicro-ondasmicro-ônibussemi-internatosemi-interno6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:hiper-requintadointer-racialinter-regionalsub-bibliotecáriosuper-racistasuper-reacionáriosuper-resistentesuper-românticoAtenção:- Nos demais casos não se usa o hífen.Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.- Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r:sub-região, sub-raça etc.- Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos:hiperacidezhiperativointerescolarinterestadualinterestelarinterestudantilsuperamigosuperaquecimentosupereconômicosuperexigentesuperinteressantesuperotimismo8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:além-maralém-túmuloaquém-marex-alunoex-diretorex-hospedeiroex-prefeitoex-presidentepós-graduaçãopré-históriapré-vestibularpró-europeurecém-casadorecém-nascidosem-terra9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos:girassolmadressilvamandachuvaparaquedasparaquedistapontapé12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:Na cidade, conta--se que ele foi viajar.O diretor recebeu os ex--alunos.Resumo - Emprego do hífen com prefixosRegra básicaSempre se usa o hífen diante de h:anti-higiênico, super-homem.Outros casos1. Prefixo terminado em vogal:- Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.- Sem hífen diante de r e s Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.- Com hífen diante de mesma vogal:contra-ataque, micro-ondas.2. Prefixo terminado em consoante:- Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.- Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.- Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.Observações1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:circum-navegação, pan-americano etc.3 O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu

quinta-feira, 23 de abril de 2009

nova bollywood


nova bollywood

Uma nova era está começando na maior indústria de cinema do mundo. Não estamos falando de Hollywood, responsável pela produção de uma média de 250 filmes por ano. Há décadas, Bollywood nome pelo qual é conhecido o complexo de estúdios em Mumbai, na Índia joga no mercado quase mil longas-metragens anualmente. Trata-se de um fenômeno de bilheteria não só na Índia, mas em países como Grécia, Paquistão, Indonésia e Estados Unidos, este o lar de uma das maiores comunidades de indianos do mundo. Essa cinematografia extremamente popular, escudada em dramalhões, está passando por uma grande transformação os novos filmes "bollywoodianos" agora têm ambição artística e maior cuidado de produção. A partir deste mês, o público brasileiro poderá conferir a mudança. A Academia Internacional de Cinema, em São Paulo, realiza, entre 12 e 14 de junho, a exibição gratuita de clássicos do cinema indiano e filmes da chamada transição, seguida por debates com especialistas no assunto. Algo semelhante ocorrerá na Cinemateca Brasileira, em São Paulo e no Rio, durante o mês de julho.
Essa nova era está expressa em filmes como Taare Zamen Par, Kabul Express e Chak De! India. Taare Zamen Par (Estrelas na Terra, em hindi) é dirigido, produzido e protagonizado por um dos cinco maiores astros do cinema indiano hoje, Amit Khanna. Nessa produção, não há a presença do herói nem da heroína, dois elementos recorrentes na "velha" Bollywood. Pela primeira vez também, fala-se sobre um problema de saúde; nesse caso, a dislexia infantil. Taare Zamen Par foi a maior bilheteria do cinema indiano no ano passado. Kabul Express também não tem heroína, música ou seqüências de dança, algo impensável há pouquíssimo tempo em Bollywood. De contornos políticos, o filme trata da delicada relação da Índia com o vizinho Paquistão e foi muito bem aceito pelo público, o que demonstra um novo comportamento do indiano. A produção Chak De! India (Torça pela Índia, em hindi) tira as mulheres dos belos vestidos e maquiagens, típicas de Bollywood, e as coloca em uniformes de críquete. Pela primeira vez, elas discutem temas como política, família e sociedade. Antes, tais discussões só existiam na voz de homens.
Durante quase um século, o cinema foi praticamente a única fonte de entretenimento na Índia, já que a TV só abriu canais privados há poucos anos e o país só se tornou destino de shows e peças teatrais a partir dos anos 90. Ao contrário de Hollywood, onde as grandes distribuidoras se organizaram no começo do século 20, na Índia o esquema de produção sempre foi familiar. "Bollywood sempre funcionou assim: um dia, alguém decidia fazer um filme. Pegava um empréstimo, quase sempre no mercado negro, usava metade daquele valor para fazer um filme de baixa qualidade e embolsava o resto. Assim surgiam milhares de produtores no país, num esquema familiar", explica Amit Khanna, presidente da Reliance Entertainment uma das maiores multinacionais da Ásia. As sementes da "nova Bollywood" começaram a ser plantadas em 2000, quando o cinema foi reconhecido como indústria pelo governo da Índia. Com isso, os pequenos produtores entraram em decadência e surgiram os grandes conglomerados de entretenimento no país.
Apesar das mudanças, o cinema indiano ainda é dono de peculiaridades. Como o fato de não permitir o surgimento de uma indústria fonográfica. "Na índia, todas as músicas são criadas para virar fi lmes. Lançamos CDs apenas para criar a expectativa para o filme que chegará depois", comentam os irmãos Bapi e Tutul, compositores de sucessos para filmes. Outra peculiaridade é o mundo dos astros e estrelas, que são endeusados. "Há templos para alguns desses atores. Por isso, inexiste a possibilidade de um astro interpretar um vilão", conta Kishore Namit Kapoor, presidente da escola de atuação que leva seu nome e forma jovens atores. Na Índia, os atuais deuses são Shahrukh Khan e Aamir Khan, que ganham US$ 7 milhões por filme. Não signifi ca que são belos ou bons atores. Shahrukh Khan, por exemplo, não é nenhum dos dois, mas tem carisma com o público, e isso é o que importa. Eis uma cultura que o novo cinema bollywoodiano, em sua busca de qualidade artística, pretende mudar.